quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ele prosa, ela poesia.

Abre a porta do apartamento e o convida para entrar. Aceita um vinho?

Eles então se conduzem até o quarto mais próximo, mal se olham e se jogam na cama. Começa um jogo de dar e receber.

Ele poesia, ela prosa.

Pareciam se entender... parecia ser perfeito mas ela esqueceu-se que ali estava um ser humano, o mais imperfeito dos seres.

Ele poesia, ela prosa.

Por instantes sentiu bem fundo toda aquela vontade acumulada, sentia-se desejada, sentia-se dona do mundo, da cama e do gozo.

Ele poesia, ela prosa.

Quando se lembrou que estava dormindo com alguém que não conhecia se sentiu mal. Como é difícil reconstruir qualquer coisa. Sentia saudade da cumplicidade, da fúria, da paixão e do amor.

Ele prosa, ela poesia.

As pessoas mudam. Questiona-se porque as coisas boas não são pra sempre como sorvete de baunilha e cerveja na padaria?

Ele prosa, ela poesia.

Os pólos se inverteram... ele positivo, ela negativo. Ele sentia-se desejado, dono do mundo, da cama e do gozo.

Ele prosa, ela poesia.

E então em silencio ela chorou... de saudade, de vontade de não estar ali, de raiva do mundo e de si.

Ele prosa, ela poesia.



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