Abre a porta do apartamento e o convida para entrar. Aceita um vinho?
Eles então se conduzem até o quarto mais próximo, mal se olham e se jogam na cama. Começa um jogo de dar e receber.
Ele poesia, ela prosa.
Pareciam se entender... parecia ser perfeito mas ela esqueceu-se que ali estava um ser humano, o mais imperfeito dos seres.
Ele poesia, ela prosa.
Por instantes sentiu bem fundo toda aquela vontade acumulada, sentia-se desejada, sentia-se dona do mundo, da cama e do gozo.
Ele poesia, ela prosa.
Quando se lembrou que estava dormindo com alguém que não conhecia se sentiu mal. Como é difícil reconstruir qualquer coisa. Sentia saudade da cumplicidade, da fúria, da paixão e do amor.
Ele prosa, ela poesia.
As pessoas mudam. Questiona-se porque as coisas boas não são pra sempre como sorvete de baunilha e cerveja na padaria?
Ele prosa, ela poesia.
Os pólos se inverteram... ele positivo, ela negativo. Ele sentia-se desejado, dono do mundo, da cama e do gozo.
Ele prosa, ela poesia.
E então em silencio ela chorou... de saudade, de vontade de não estar ali, de raiva do mundo e de si.
Ele prosa, ela poesia.
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