terça-feira, 27 de abril de 2010

Felinos roncam sem cessar


Ah essas noites de embriaguez

De amor e de dor


Acordo ao som sensual

Lembro-me das noites de álcool

Em que habitavas essa cama


Com luzes de computador

As sombras dançavam

E nuas ficavam

Uma sob a outra

Em uma sincronia sem pudor


São 5 da manhã

O sol nasce no horizonte

E aquece o resto do mundo


O som sensual continua a tocar

Lembro-me das noites de álcool

Em que habitavas essa cama


Felinos roncam sem cessar

Sobre a cama que antes era sua

Muitos lençóis pra tanto frio

Que deixaste ao desabitar meu ser,

Meu lar!


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Eu não amo ninguém!

Você conhece a felicidade?

Sabe quando ela vai sorrir?

Quando vai te ligar?

Dar-te atenção?


Talvez seja jamais

E a minha casa se faz no mundo

Onde sempre queremos mais

E mais e mais...


Apaixono-me a cada hora

Pelos perfumes, os sorrisos e simpatia

E sempre que vou embora

Fica uma estranha alegria


Que não me deixa entristecer

Nos momentos que penso

Em tudo que poderia viver com você


Você pode ser ele

Ele pode ser nós

E nós podemos ser apenas um


Um, dois, três

Quatro, cinco... seis

Irão passar

e a cama continuará

vazia!


Sempre soube que as desilusões amorosas traziam inspirações. Ou você acha que a maioria das músicas de amor foram feitas em momentos de felicidade amorosa?

Sinto-me assim, com vontade de gritar ao mundo essa minha dor, essa minha saudade, essa minha vontade. Até poesia andei escrevendo...

Nunca pensei que fosse ficar tão só assim, minha vida sempre foi cheia de amores, paixões, aventuras amorosas... e de uma hora pra outra, não há nada.

Como diria o poeta “a palavra amor está vazia, pois não há ninguém dentro dela”. E exatamente agora me lembro de uma música de Cássia Eller que diz: “E eu não amo ninguém parece incrível, não amo ninguém!!!”. É realmente incrível.

Pode ser que tudo isso me ensine a ser só, ser independente, auto-suficiente ou coisa parecida. Quem poderá dizer? Nem Deus.

Sei que tudo isso deixou do lado esquerdo do meu peito essa dor, que ta difícil de curar, já diria Maria Rita!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Canção no escuro

No escuro do quarto

Te procuro, num espaço

Entre a cama e o chão


As horas passam

As lembranças se vão

Dentro da memória

A nossa velha história

Permanece quase intacta


Imagino seu corpo no meu

Seu sorriso ao cantar

Sua face ao amar


Seus olhos caídos

Lembram-me as tardes de chuva

E os suspiros

Debaixo do cobertor.


Muito mudou...

As cores, os móveis, as fotos

O que não quer mudar

É esse sentimento

Que insiste em chatear

Quando me sinto só


E no canto do canto

Do meu quarto escuro

Lembro das poesias

E das juras de amor

Que um dia inutilmente fizemos


Será que foi verdadeiro?

Será que se lembra dos meus beijos?


Tanto tempo se passou

As folhas da agenda

Preenchiam-se de compromissos

Sem saber que o vazio

Nos dias dela, permaneciam


Tem horas que grito teu nome...

Estás muito distante

Num sono profundo

Em seu quarto azul

Com patos que não se beijam mais!